Uma maneira de reforçar que todos têm os mesmo direitos e deveres na vida em sociedade é afirmar que somos todos iguais. Mas na verdade, somos todos diferentes. Cada um de nós tem origem, vivências e gostos próprios. Formamos um grupo variado de homens e mulheres de várias gerações, tons de pele e necessidades específicas.

Enxergo a beleza desse conjunto todos os dias ao erguer os olhos da minha mesa de trabalho. Somos 11.500 pessoas na Algar Tech – cada uma com seu jeito, sendo quem é, na sua essência. Sempre estivemos atentos a isso, mas transformamos a diversidade em prioridade cerca de um ano atrás. Temos uma meta clara: fortalecer o ambiente de trabalho com respeito às pessoas e sem tolerar a discriminação.

Abraçar a diversidade é seguir por um caminho em que se avança um passo por vez. Começamos formalizando um Comitê de Diversidade. Composto por diretores de todas as áreas da empresa, o grupo tem a missão de pensar em políticas e ações que contemplem toda nossa gente, independentemente de gênero, idade, deficiência, raça ou orientação sexual.

A cada reunião, discutimos novas ideias e encaminhamos as mais abrangentes e de maior impacto. Com 53% de mulheres no nosso quadro de associados, percentual que se repete no nível de liderança, foi natural o empoderamento feminino ser escolhido como um dos nossos primeiros temas. Só não imaginávamos avançar tanto em tão pouco tempo.

O que fizemos em um ano

No último ano, criamos ações sem precedentes para as mulheres da Algar Tech. Elaboramos um estudo de isonomia salarial e revisamos modelos de trabalho para favorecer a inserção de quem, por causa da maternidade, encontra dificuldades para se readaptar ao mercado de trabalho.

Adotamos medidas práticas. Para acolher as associadas que são mães, inauguramos um espaço em que elas podem receber os filhos para amamentá-los. O ambiente foi desenhado para proporcionar conforto aos bebês e às mulheres que queiram extrair e armazenar leite. Com isso, ajudamos as associadas a manter a amamentação até os 2 anos de idade dos filhos, como recomenda o Ministério da Saúde.

Também iniciamos, em janeiro deste ano, a implementação de um programa chamado “Talento Flex” para mulheres que estão voltando da licença maternidade. Durante o primeiro ano de vida dos bebês, as mães dos setores administrativos da Algar Tech poderão optar por trabalhar meio período do dia na empresa e meio período nas suas próprias casas. Isso permite que as associadas se readaptem à rotina corporativa aos poucos e que deem às crianças a atenção que merecem enquanto são tão pequeninas.

Para assegurar a representatividade feminina nos cargos de liderança, fizemos adaptações no programa de sucessão da Algar Tech. A iniciativa procura preparar os profissionais que assumirão cargos executivos na organização. Cada gestor se compromete a indicar dois associados que considere estarem aptos a assumir o seu próprio cargo. Eles participam de treinamentos e mentorias para chegarem à posição seguros do trabalho. Agora, é também uma exigência que pelo menos um desses candidatos seja uma mulher.

Melhores empresas para mulheres

O reconhecimento pelas iniciativas não tardou. No início de junho, a Algar Tech foi escolhida pela consultoria GPTW (Great Place to Work) uma das melhores empresas para as mulheres trabalharem no no Brasil. Das 444 empresas inscritas no GPTW Mulher, 55 receberam o reconhecimento – e dentre elas, apenas nove têm uma CEO mulher, como eu.

Talvez ainda haja quem questione esse movimento. Respondo sem titubear: queremos a Algar Tech mais diversa que pudermos ter. Pessoas diferentes têm olhares diferentes para os mesmos fenômenos. Quando trabalham para tomar decisões em conjunto, alcançam resultados muito mais assertivos.

Sendo a primeira mulher a presidir uma empresa do Grupo Algar, sinto um imenso orgulho do empenho da nossa equipe para tirar tantas ações do papel. Porque inclusão, assim como tudo o que fazemos por aqui, se conquista com boas ideias, mas também com muita mão na massa.

Escrito por Tatiane Panato – Presidente da Algar Tech